Estes são fragmentos de seis cartas que eu encontrei enquanto fazia uma limpeza no meu armário. Na época em que foram escritas, elas tinham todo um significado especial e carregavam todo o meu "amor"... Você pode não entender a importância delas - ninguém nunca vai entender porque quem sentiu tudo foi eu -, mas eu fiz questão de salvar pedaços marcantes dessas cartas e colocá-las aqui porque, apesar de tudo, eu acho que isso merece ficar guardado de alguma forma:
Carta 1:
"...te acho o melhor jogador de futebol do mundo, adoro quando você veste sua camisa do Paysandu e seu boné preto. Adoro quando você encosta na parede ao lado da porta do banheiro masculino e fica com as mãos no bolso e uma perna dobrada com o pé encostado na parede. Adoro quando você sorri e quando fica sério. Eu acho suas perninhas finas muito lindas. Eu acho você muito lindo."
Carta 2:
"...eu já encostei em você duas vezes! Eu me joguei em cima de você duas vezes na hora do recreio e encostei no seu cotovelo e no seu antebraço. Falando em duas vezes, eu já ouvi a sua voz duas vezes! Era pra eu ter ouvido mais, mas é que quando você fala, você sorri e isso me impede de pensar em qualquer coisa. Acho que o comando de audição do meu cérebro para de funcionar. Enfim, acho que dois é o nosso número da sorte."
Carta 3:
"Sabia que eu minto pra minha tia dizendo que a aula de Ed. Física acaba às 11:30h só pra te ver? Acho que ela nunca vai saber que sempre acabou às 10:00h e se ela souber, espero que ela entenda que foi por amor."
(...)
"...eu tirei fotos suas com meu celular. Foi pura adrenalina. Achei que a Kelly ia ver e tomar o celular de mim! O pior seria o mico que eu ia pagar bem na sua frente, né? Eu nunca mais iria pra aula, juro. Agora você está no papel de parede!!!"
Carta 4:
"Um dia, nós vamos nos casar e ter um cachorrinho chamado Puck. Ele vai ser feliz em nossa casa em Los Angeles. Se você quiser, podemos morar em Paris porque é a cidade do amor. Aliás, podemos morar onde você quiser, contanto que você esteja comigo."
Carta 5:
"Eu queria muito falar com você, conversar com você, trocar algumas palavras, ter um minuto da sua atenção. Queria que você olhasse pra mim e me reconhecesse, soubesse quem eu sou. Queria ser importante na sua vida! Queria te fazer sorrir porque o seu sorriso é a coisa mais preciosa em você e eu adoraria causar um sorriso seu. Eu só não consigo isso porque eu sou uma idiota que não consegue respirar se você está por perto. Desculpa, mas eu te amo."
Carta 6:
"Você foi embora. Eu nunca mais vou te ver sorrir encostado na parede. Não se pergunte como, mas eu sei quando sai o seu voo para um lugar longe daqui, longe de mim. Eu não consigo parar de chorar...
(...)
São 04:23h da madrugada e eu estou escrevendo essa carta pra você e você nunca vai ler. Amanhã vai ser o pior dia da minha vida porque eu vou pra escola e você não vai estar lá e no dia seguinte você também não vai estar lá e vai ser assim até o último dia de aula... Vai ser horrível sem você. Por mais que a gente nunca tenha conversado e você nunca ter olhado pra mim, era bom ter você ali e saber que você estaria ali sempre. Acabei descobrindo da pior forma que o pra sempre tem seu fim."
Ai, essa última foi de doer, hein? Hahaha. Eu realmente achei que ia morrer todos os dias desde aquele dia. Foi triste! Sofrido! E no fim, divertido.
No final das contas, foi bem legal. Minha primeira paixão marabaense me deixou sem ação e foi uma das coisas mais surpreendentes que eu já vivi.
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