Por isso não adianta morrer. Por que morrer por morrer é uma dádiva e eu sou tão inútil que não a mereço, a Morte.
Devo viver sofrendo com um aperto no peito que só dói e aperta a cada passo e uma lágrima que está lá na ponta do olho e não escorre.
Se Deus existe de fato, digo, se Ele é mesmo misericordioso, porque não arranca de mim a infelicidade como um ato de misericórdia?
Por que Ele não me tira a vida? Não há mais graça em estar vivo. Mas Ele não me vê e eu realmente não desejo que Ele o faça. Não quero que Deus me veja porque Ele vai decepcionar-se tanto. É melhor que Ele não veja. Que eu viva fingindo estar explodindo de felicidade. Que o sorriso amarelo seja mantido.
Eu analiso a minha vida: nunca me faltou nada. Sou amada. Existem pessoas que sentem a minha falta. Nunca estou sozinha. Sempre tive tudo o que eu quis. Minha família e meus amigos são mais do que tudo o que eu poderia desejar. Dizem que eu sou divertida, inteligente, criativa e responsável.
Ainda assim me sinto profunda e irremediavelmente infeliz.
Tristeza. Solidão. Desinteresse. Eu.
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